"A taxa de ocupação hoteleira na região durante o primeiro mês do ano (24,2 por cento) registou uma descida de 16,4% face a Janeiro de 2009, de acordo com dados provisórios ontem revelados pela Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA). Os números reflectem ainda uma quebra homóloga de 17,4% nas receitas.
Ainda que a procura nacional tenha subido 20,9%, associada ao primeiro fim-de-semana do mês colado à Passagem de Ano, não foi suficiente para compensar as fortes descidas nos principais mercados emissores externos: Reino Unido (-36,1%), Alemanha (-14,8%) e Holanda (-17,2%).
As maiores descidas verificaram-se na oferta de quatro e de cinco estrelas e nas zonas de Monte Gordo/VRSA (-25,9%), Carvoeiro/Armação de Pêra (-21%), Lagos/Sagres (-18,1%) e Albufeira (-16,8%).
Correio da Manhã – Como justifica as fortes descidas da ocupação (-16,4%) e das receitas (-17,4%) na hotelaria algarvia em Janeiro?
Elidérico Viegas – Vem na linha dos últimos dois anos. Os dados deixam antever que a crise vai acentuar ainda mais a maior fragilidade do turismo do Algarve, que é a sazonalidade.
– Há sinais de retoma?
– Há indicações positivas, mas os mercados estão demasiado voláteis. Fazer previsões é um tiro no escuro. Fala-se em retoma mas, na minha opinião e infelizmente, isto ainda não bateu no fundo.
– Como estão a reagir os empresários?
– Os hoteleiros interiorizaram e assumiram a crise. Deixaram cair a época baixa e parte da média e concentram-se em parte de Julho e parte de Agosto, o que também explica o aumento do desemprego no Algarve.
– Que medidas para combater a situação?
– Já não é pelo preço que vamos ter mais ou menos gente. Já não se vai lá com habilidades. E em vez de ajustar a oferta à procura, temos feito o contrário. É preciso uma promoção mais profissionalizada."
In Correio da Manhã, 09 de Fevereiro de 2010
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